Localizada no centro histórico de São Luís, a instituição é sediada no Convento das Mercês, edificação do século 17, onde, em 1660, o padre Antônio Vieira proferiu o Sermão de São Pedro Nolasco.
A fundação criada para preservar o acervo do ex-presidente José Sarney (1985-1990) pelo governo do Maranhão na gestão de sua filha, Roseana (MDB), foi esvaziada pelo sucessor, Flávio Dino (PC do B).
A investigação aberta pelo Ministério Público sobre a situação jurídica da instituição, que passou de privada para pública, foi arquivada, e o museu dá sinais de abandono.
A Folha visitou a Fundação da Memória Republicana Brasileira no início da tarde do dia 15 de dezembro e encontrou o museu sem visitantes e poucos funcionários.
Salas como a que exibe os dois veículos usados por Sarney durante seu mandato presidencial estavam fechadas.
A Caravan de 1983, pertencente à sua mulher, Marly, que o ex-presidente usava para ir à fazenda São José do Pericumã (na divisa do DF com GO), e o Galaxie Landau de 1982 estavam empoeirados, com rabiscos feitos à mão em razão da poeira na lataria, e os vidros, embaçados.
Em paredes descascadas, peças foram removidas de exposição sem serem substituídas, e legendas coladas nas paredes estão incompletas, com letras descoladas.
A coleção de pinturas que retratam Sarney, familiares e aliados como padres, freiras e apóstolos ainda se encontra em uma sala da fundação fechada ao público. Duas dessas telas foram danificadas por cupins e retiradas de suas molduras.
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